A Pesquisa FEBRABAN de Tecnologia Bancária 2025, realizada pela Deloitte, projeta que os investimentos em tecnologia no setor financeiro brasileiro devem atingir R$ 47 bilhões neste ano. O número representa um salto de 18% em relação a 2020, quando os aportes somaram R$ 38,2 bilhões, evidenciando a crescente transformação digital no setor. Em 2023, os investimentos chegaram a R$ 45,1 bilhões, indicando uma tendência de alta contínua, com foco em ganho de eficiência operacional, modernização da infraestrutura e aceleração de novas entregas digitais. 

Outro dado relevante da pesquisa é que 98% dos bancos entrevistados afirmaram que a modernização tecnológica é uma prioridade estratégica. Como destaca Caio de Melo, Head de Inovação da Mirante Tecnologia: “É hora de transcender a conversa simplista de ‘transformação digital’. O futuro do setor financeiro não usa tecnologia; ele é a tecnologia, fundida no cerne da estratégia e operação. Isso exige ir além da infra ágil: requer construir um verdadeiro motor cognitivo nativo da nuvem, onde a IA não suporta, mas orquestra autonomia e adaptabilidade. A disrupção real? É a capacidade de gerar valor autônomo, da eficiência implacável à experiência que, de fato, redefine o cliente. Quem não dominar essa fusão essencial, simplesmente, não terá espaço para competir.” 





Entre as tecnologias emergentes que mais têm redefinido a lógica operacional do setor financeiro, a inteligência artificial ocupa o centro do palco. Ainda segundo a pesquisa, 94% das instituições financeiras brasileiras já utilizam algum tipo de solução baseada em IA.  

A aplicação dessas soluções vai muito além da automação tradicional. Hoje, algoritmos de machine learning e deep learning alimentam motores de análise preditiva, modelos de crédito dinâmico, sistemas de detecção de fraude com base em comportamento e até engines de precificação personalizada. 

Os impactos tangíveis dessa adoção são evidentes. A automação de processos repetitivos tem proporcionado uma redução de até 74% nas tarefas manuais em áreas como onboarding de clientes, validação documental e backoffice de crédito, enquanto as perdas com fraudes foram reduzidas em até 63% em instituições que adotaram modelos comportamentais e autenticação contínua com base em IA.  





Esses números não apenas evidenciam os ganhos de eficiência operacional, mas também a transformação no modo como os bancos estão oferecendo serviços mais seguros e personalizados aos seus clientes. 

A tendência global reflete esse movimento: Instituições que adotam IA de forma madura têm potencial para melhorar sua margem operacional e reduzir o churn de clientes, conforme indicam estudos da McKinsey. No Brasil, o ambiente regulatório, somado à alta penetração digital, cria uma oportunidade única para que a IA seja não apenas um motor de eficiência, mas um eixo estratégico de diferenciação. 

 
“A IA vai além da eficiência: é a tecnologia que orquestra dados em inteligência acionável e autonomia, redefinindo a velocidade e a escala da criação de valor estratégico.”, destaca Caio de Melo 





A modernização de sistemas legados, por exemplo, é um dos maiores desafios enfrentados por CIOs e CTOs do setor financeiro. Em um contexto de evolução tecnológica acelerada, muitas instituições ainda dependem de plataformas desatualizadas, que não conseguem atender às crescentes demandas por agilidade, escalabilidade e segurança. Segundo pesquisa da FEBRABAN, 68% das instituições financeiras no Brasil enfrentam dificuldades com sistemas legados, o que não só impede a inovação, mas também aumenta o custo operacional. A falta de integração com novas tecnologias prejudica a eficiência e dificulta a adaptação ao mercado digital. 

Porém, a boa notícia é que as soluções baseadas em inteligência artificial têm se mostrado grandes aliadas nesse processo de modernização. Elas oferecem transições mais ágeis e seguras, permitindo que as instituições financeiras se atualizem sem precisar de uma reestruturação total. 

 A McKinsey aponta que empresas que utilizam IA para modernizar suas plataformas legadas podem reduzir até 40% dos custos operacionais e acelerar seus cronogramas de modernização em até 50%. Tecnologias como IA generativa e agentes autônomos são fundamentais nesse processo, pois reestruturam os processos de negócios de forma mais eficiente. 





Com o avanço dessas tecnologias, os bancos têm agora a oportunidade de integrar multiagentes inteligentes aos seus sistemas, promovendo uma transformação mais ágil. Esses agentes não só automatizam a infraestrutura existente, mas também preveem comportamentos, personalizam serviços e tomam decisões em tempo real. Estudos da Accenture revelam que instituições que adotam IA conseguem responder mais rapidamente às mudanças do mercado, resultando em um aumento de 30% na satisfação do cliente. 

Essa abordagem permite modernizar as operações sem uma reestruturação completa, o que aumenta a eficiência e prepara as organizações para os desafios do mercado atual. Além disso, facilita a transição para novos modelos de negócios, como o Open Finance e o Embedded Finance, que estão alinhados com as necessidades do setor. A pesquisa da FEBRABAN aponta que 86% dos bancos brasileiros já utilizam dados financeiros compartilhados como um modelo central para inovar e agregar valor aos seus serviços. 





A nuvem é outro pilar estratégico, como demonstra a pesquisa FEBRABAN. Em um contexto em que 80% das transações bancárias já ocorrem por canais digitais, e 68% delas via smartphones, a infraestrutura precisa ser escalável e resiliente. Em 2024, o Brasil superou 37 milhões de consentimentos ativos para o compartilhamento de dados financeiros. As APIs superaram os 11,6 bilhões, o que indica um salto exponencial na interoperabilidade entre instituições e plataformas. 

 
Além disso, o Open Finance segue em ascensão, com 86% dos bancos utilizando o acesso a dados financeiros como forma principal de obter valor. Em 2024, 41% dos bancos projetam alcançar um alto valor com Open Finance, enquanto 6% já extraem esses benefícios. 





“O campo de batalha em Open e Embedded Finance não é definido por quem tem mais dados, e sim por quem domina a sensibilidade ao contexto para personalizar a experiência. É a IA que destila dados dispersos na capacidade de entregas da solução certa no ponto exato da jornada. Essa precisão contextual e instantânea define quem avança e quem se torna legado.”, afirma Caio de Melo 

 
A digitalização dos canais bancários tem promovido inclusão financeira e maior eficiência. Tecnologias como mobile banking, carteiras digitais e o PIX ampliam o acesso aos serviços bancários, inclusive em áreas periféricas. Em 2023, mais de R$ 17 trilhões foram movimentados via PIX, como aponta a pesquisa FEBRABAN. Essa evolução digital também reduz a pegada de carbono e fomenta o crédito responsável.